O Pretinho Aleijado

Esta postagem foi enviada por uma leitora de nosso blog chamada Adriana Carvalho decidiu mandar sua lenda. 

O que forma um povo é a sua história, suas lendas, suas tradições e seu passado; é isso que dita os nossos padrões, gostos, memórias e regionalismo mesmo que não percebamos; e é em nome de um fato histórico pouco conhecido devido a vida moderna que estou aqui hoje. Estou aqui para contar a história da lendária figura do Pretinho Aleijado!
Esta história se passou na cidade de Três Lagos, próximo à minha cidade natal, Campo Grande - MS.
No ano de 1914 foi fundada a igreja de Santo Antônio, uma bonita igreja na qual fica clara a nossa missigenação de povos, pois a mesma traz a influência arquitetônica de várias culturas, inclusive a japonesa. Nessa igreja trabalhava uma figura carismática, um rapaz negro de sorriso largo que sempre estava de bem com a vida. Ele tinha apenas uma mão, mas era um zelador dedicado e uma de suas tarefas era tocar os sinos das torres da igreja nas horas de Ave Maria e missas, avisando o povo que respondia ao chamado dos pesados sinos de bronze.
Mas em uma escura noite a igrejinha foi invadida por um ladrão que estava determinado a roubar tudo de valioso que ali se encontrava, o pobre zelador ouviu o barulho do inesperado visitante e foi ver quem era, mas antes de ter tempo para qualquer reação o bandido lhe desferil vários golpes de faca, matando o pobre rapaz.
Na manhã seguinte o silêncio dos sinos denunciava que algo acontecera. Os moradores foram até a pequena igreja e viram a cena aterradora da morte de uma pessoa tão querida por todos. Indignados, eles formaram uma força tarefa para fazer justiça com as próprias mãos, e o mais determinado do grupo era um peão que jurou matar o bandido a qualquer preço.
Os dias se passaram seguidos da incessante busca do assassino e do silêncio dos sinos. Até que em uma noite se ouviu as doze badaladas da meia noite nos sinos da igreja. O peão foi até a torre pensando se tratar do bandido e lá ele viu a alma do zelador morto, que o pediu para não matarem o assassino, pois apenas a Deus pertencia o direito de retirar a vida de alguém. E assim foi feito. As buscas pelo assassino cessaram. Mas até hoje dizem que em algumas noites o espírito do dedicado rapaz ainda se dedica à sua antiga função de tocar os sinos da igreja...
O nome do pobre zelador caiu no alento, até hoje ele é conhecido carinhosamento por seu apelido de época, o apelido Pretinho Aleijado.
Esse fato tão antigo virou história e a história virou lenda, conhecida por poucos, mas sempre adimirada por todos.
Aos que tiverem interesse, essa triste história virou uma bonita música interpretada por Tião Carreiro e Pardinho em seu álbum Viola Cabocla, e o nome da música não poderia ser outro a não ser Pretinho Aleijado...



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