Baurú: Mistérios vagam pelos caminhos da região

Enquanto um policial do além “fiscaliza” o tráfego em pedágio, uma noiva fantasma busca uma “carona” para o altar aterrorizando os motoristas que passam próximos a Pirajuí, e em Pratânia a história do “lobisomem”
Se há um lugar que é um verdadeiro prato cheio para casos intrigantes, esse local, certamente, é a estrada.

Hostil por si só, seja pela lembrança de acidentes já ocorridos, ou pelo silêncio quebrado de forma brusca pelo veloz vai e vem de veículos, o ambiente de uma rodovia é propício ao surgimento de histórias do outro mundo.

Quem diz ter presenciado alguma – tem gente que conta ser testemunha de várias – história de fantasmas ou enigmas na rodovia, se arrepia apenas de contar, e quem ouve, a maioria, no mínimo fica intrigada e com uma certa pulga atrás da orelha quando passa no local mencionado.

Uma das testemunhas de que o além pode dar as caras por aqui é o jornalista Gustavo Cândido, que, em 2001, disse ter levado um dos maiores sustos da vida, ao se deparar com o que seria uma noiva fantasma, às margens da rodovia Marechal Rondon (SP-300).

Na época, ele trabalhava no Jornal da Cidade e era redator plantonista no Carnaval daquele ano. Após folgar no final de semana, ele deixou Pirajuí, onde passava o feriado com a esposa e sogros, para cumprir o plantão de segunda-feira no jornal.

Ao final do expediente, retornou para a cidade onde estavam os familiares, mas não contava com uma assustadora surpresa no caminho, aparentemente tranquilo no início da viagem noturna.

“Abri os vidros, aumentei o som e corri mais do que o normal, aproveitando a pista praticamente vazia. Passei no pedágio de Pirajuí às 23h30. Dois minutos depois, avistei de longe uma movimentação no lado esquerdo, iluminada apenas pelos faróis do meu carro”, narra.

A visão, acredita, não pertencia a esse mundo, literalmente. Ao chegar mais próximo, a revelação: “uma pessoa totalmente de branco.

Fixei o olhar na figura que, naquele momento, eu já imaginava não ser comum para aquele local e horário. Era uma noiva”, assegura. “A criatura acenava para que eu parasse. Nem pensei nisso. Apenas olhei com atenção enquanto passava”, completa.

Para garantir que não sonhava ou algo que o valha, Gustavo descreve com detalhes a intrigante visão noturna. “O vestido impecavelmente branco era bonito.

Pude ver os bordados no corpo. Os braços vestiam longas luvas brancas. Na cabeça, um grande volume de véus caia na frente do rosto, que eu não consegui ver”, detalha. “Era uma dama de branco acenando em desespero”, acentua.

Até hoje, o jornalista acredita que não se tratava de nenhum engraçadinho disfarçado de fantasma. A sensação que teve no momento, atesta, foi de que se deparava com o sobrenatural.

“Não olhei no retrovisor. Apenas tentei controlar qualquer reação, para não perder o controle do carro. No fundo, meu medo era de que a aparição fosse algo pessoal”, admite o jornalista.

Após contar o ocorrido a parentes e conhecidos, ele soube que a aparição da noiva é conhecida no local, o que gerou lendas ou fatos derivados.

“Ela teria sido vítima de um acidente quando saía para se casar em Pirajuí”, liga Cândido, ao relatar que, na mesma noite da aparição, outros dois motoristas teriam relatado a mesma experiência a frentistas de um posto na Rondon.

Intrigado, ele vasculhou arquivos do próprio JC em busca de acidentes com uma noiva a caminho do altar, mas nada encontrou.

Outra testemunha de mistérios da estrada é a também jornalista Rosane Coutinho Bender. Ela afirma ter uma sensibilidade aguçada e vez ou outra, relata, o além da as caras, seja com visões, aromas, e até mesmo por sinais sonoros.

Foi numa viagem entre Bauru e Jundiaí que ela diz ter ocorrido a primeira experiência com o sobrenatural.

“Passamos num pedágio (próximo a Botucatu) e vi, ao lado de um carro estacionado na área de descanso, uma criança loira, com cerca de dois anos, ao lado de uma mulher negra.

Pensei ‘que falta de cuidado, deixar essa criança ao lado da pista’ e comentei com meu filho, que dirigia. Ele disse que eu estava louca, que não havia criança alguma. Em fração de segundos, a criança não estava mais lá”, espanta-se.

Outro fato vivenciado por ela também aconteceu na estrada, mas em outro local. Ela diz ter visto um policial rodoviário, aparentemente, em fiscalização de tráfego também na saída de uma praça de pedágio.



A única estranheza, narra, é o fato dele não demonstrar qualquer reação em vista a forte chuva que caía. Assim como o episódio da criança, narra, o homem fardado foi visto apenas por ela e desapareceu numa fração de segundos.

E os contatos não se restringem apenas a estrada, conta ela. Numa agitada tarde de um dia de semana qualquer, Rosane estava parada num semáforo da rua Antônio Alves.

À sua frente, uma pessoa sentada no banco de trás, ao lado do acompanhante, num carro cujo modelo ela não se recorda, tinha algo incomum.

“Era possível ver através dessa pessoa. Era um velho, de chapéu, debruçado sobre o banco do acompanhante. Em dado momento essa pessoa olhou para mim”, lembra. “Achei que era miragem, fechei os olhos. Lembro do rosto dele até hoje”, comenta.



Vultos do asfalto


Mas é na estrada que os sinais do desconhecido parecem nos deixar, no mínimo, mais apreensivos. Um motorista de Bauru, cuja identidade será preservada, conta que, alguns anos atrás sentiu um calafrio em certa madrugada, na vicinal da rodovia Lourenço Lozano (SP-293), entre Cabrália Paulista e o trevo da rodovia Bauru-Ipaussu (SP-225).

Na época, morador de Paulistânia, o motorista diz que subitamente na penumbra ao lado de uma floresta de eucaliptos, no município de Cabrália Paulista, o foco do farol foi cortado pelo o que seria “algo com duas pernas” , relata, até hoje não sabe direito o que era. “Cortou a luz, passou na minha frente”, diz.

Nas histórias de estrada, ele vai além. “Um primo meu tem um carro que apresenta falhas (no motor) todas as vezes que passa pela “curva da morte” em Duartina”, completa, referindo-se ao ponto da mesma SP-293, famigerado pelos graves acidentes. “Era de lei, todas as vezes que passava por lá afogava”, conta.



É o bicho!


As lendas também atravessam a estrada, saem da cidade e vão para o mato. Em Pratânia, cidade próxima a Botucatu, o boato de que um “lobisomem” foi abatido nas redondezas, mexe com o imaginário da população.






O ser estranho, contam moradores, teria sido abatido com 23 tiros ou até mesmo com balas especiais e, de tão bizarro, seria mantido em sigilo no Departamento de Veterinária da Unesp de Botucatu.

O fato, relatado ano passado pelo jornalista Renato Fernandes, atualmente editor no periódico Diário da Serra, de Botucatu. Segundo testemunhas ouvidas por ele, o estranho ser teria sido encaminhado para o hospital veterinário da instituição.

O caso ganhou repercussão na Internet e virou sensação no site de videos Youtube, com imagens do que, supostamente, seria o “Lobisomem de Pratânia”.

Entretanto, nada foi comprovado e o suposto surgimento e abatimento da criatura seguem na lista dos boatos. A faculdade nega abrigar qualquer ser estranho.

“Esse animal não existe e nunca existiu por aqui”, assegura o professor Carlos Roberto Teixeira, responsável pelo Departamento de Animais Silvestres da Unesp/Botucatu. “Afirmo e garanto. Isso não passou por aqui”, negou, em depoimento colhido por Fernandes.

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